Eu entrei em contacto com o
Espaço Criança Esperança - RJ pela primeira vez em fevereiro deste ano. Eu
queria trabalhar no Rio de Janeiro durante minhas férias de verão e estava
procurando uma boa organização que me aceitasse como voluntariada. Falei com o diretor
do Programa dos Estudos Brasileiros na minha faculdade, e ele me recomendou que
eu comunicasse com o ECE. Jairo me respondeu rapidamente e com muito ânimo, e
eu fiquei bem entusiasmada para vir aqui. Falava com estudantes de Harvard que frequentaram
o ECE no ano passado, e sempre me contavam historias boas com muito entusiasmo
e sempre me aconselharam—“vai ser uma experiência muito legal”.
Nos meses antes de chegar, eu
estava muito nervosa. Achei que meu nível de português não seria suficiente
para o meu trabalho, e que os funcionários de ECE RJ ficassem bravo e desenganado
comigo por isso.
Não devia pensar assim. Eu lembro
quando visitei o Espaço pela primeira vez. Roberta me mostrou todo o projeto.
Todos me elogiavam, “Mas você esta falando muito bem português!” Não sei se
isto é só algo que todas as cariocas dizem a todos os estrangeiros, mas pelo
menos me motivou a seguir falando, seguir aprendendo.
As oito semanas que passei aqui foi
muito divertidas e proveitosas. Tive a oportunidade de participar em muitos
eventos importantes no ECE, como a exposição para a Rio+20 e o FLUPP, e também
me deram a oportunidade e independência de criar meus próprios projetos, como o
Espaço da Leitura e o blog da Rio +20. Interagindo com as crianças todos os dias
foi uma experiência genial para conhecer a realidade de vida delas, mas também
entender que ao final, todo mundo e fundamentalmente muito similar. O que me
faz rir, também te pode fazer rir, alem de que sou de um país a muitos quilômetros
daqui.
Eu estou muito grata pelas
relações que eu pude ter aqui. Meus colegas de trabalho aqui foram pessoas muito
agradáveis e ajudantes. Nunca senti que não devia estar ou que não estava
bem-vinda. Eles me ensinaram muito do espaço, da comunidade, do Rio, e do
Brasil. E por isso, eu os agradeço muito. Eu sinto que, além de ficar só oito
semanas que aqui, eu pude criar amizades verdadeiras, algo muito bonito, para
mim é algo que, como estrangeira em um país por só dois meses, não é algo que necessariamente
acontece.
E hoje, 12 de julho, eu saio
deste trabalho tão formoso, e o domingo, 15.07, eu saio desta cidade tão
maravilhosa e já sei que vou sentir muito falta das praias, dos morros, do samba,
do forro, do jornal das 20h, do teatro e da língua portuguesa. Mas vou sentir
mais falta das pessoas que conheci aqui, de todas as pessoas que trabalham no
ECE, e todas as crianças que brincam aqui todos os dias. Agradeço muito a vocês
por tudo o que me ensinaram, porque com cada experiência que temos, aprendemos
algo e assim pelo menos, quando se vai embora, não se sente que esta deixando
tudo. Vou embora, mas vou levar todo o que vocês me ensinaram, todas as
lembranças, todos os sorrisos. E espero voltar um dia próximo.
Até breve!
EU@REPORTERECERJ - Miriam Psychas - 21 nos - Havard University.